Copa América (2)
Tata Martino renuncia ao comando da seleção argentina após Copa América
Thales MenezesApós o traumático vice-campeonato na Copa América Centenário, há mais de uma semana, Tata Martino decidiu deixar o comando da seleção argentina. Em comunicado, a Associação de Futebol Argentino (AFA) confirmou que o treinador entregou o cargo nesta terça-feira, intensificando a crise institucional. A decisão de Martino teria sido comunicada depois de uma reunião com Chiqui Tapia, vice-presidente da AFA, que estava no comando da federação por conta da saída do presidente Luis Segura.
Sua saída ocorre depois de a AFA confirmar sua permanência no cargo, inclusive no comando da equipe sub-23 que disputará a Olimpíada no Rio de Janeiro, no mês que vem. A seleção olímpica, inclusive, foi o estopim para a decisão do treinador, uma vez que 18 dos 35 jogadores convocados para os Jogos não teriam sido liberados pelos clubes, de acordo com o "Olé".
Devido à indefinição na designação de novas autoridades da Associação de Futebol Argentino e os graves inconvenientes para conseguir formar a equipe para representar o país nos próximos Jogos Olímpicos, a comissão técnica da seleção decidiu apresentar sua renúncia nesta data - diz comunicado divulgado pela AFA.
Esta teria sido apenas a gota d´água para sua saída. Diversos problemas envolvendo a seleção estariam incomodando o treinador, que não recebia salário há nove meses. Outro fator que teria pesado seria a chance de haver uma debandada dos astros da equipe, a começar por Messi - que declarou logo depois da final da Copa América que não pretende mais jogar pela seleção. Agüero, Mascherano, Banega, Biglia, Lavezzi, Di María e outros poderiam seguir seus passos.
Contratado para substituir Alejandro Sabella após a Copa do Mundo de 2014, Tata Martino termina sua passagem na Argentina com 29 jogos. Venceu 19, empatou sete e perdeu apenas três, com 66 gols pró e 18 contra. Seus maiores feitos foram levar a seleção a duas finais consecutivas da Copa América, mas que terminaram em vice-campeonatos para o Chile nos pênaltis. Nas eliminatórias para o Mundial da Rússia, a equipe ocupa a terceira posição após seis rodadas, com dois pontos a menos que Uruguai e Equador.
Em crise, a AFA ganhou os noticiários no fim do mês passado, depois que o governo argentino decidiu intervir no processo eleitoral para a presidência da entidade - por conta de uma investigação sobre desvio de recursos do programa do governo de apoio ao futebol no país. A eleição, que deveria ocorrer no último dia 30, definiria o substituto de Luis Segura, que renunciou ao cargo de presidente dias antes do fim do mandato, na semana passada.
O presidente do Comitê Olímpico da Argentina, Gerardo Werthein, colocou em dúvida a participação da seleção no torneio de futebol dos Jogos do Rio. Ele criticou duramente a AFA, a quem atribuiu a responsabilidade pela não-liberação dos atletas - já que os clubes têm direito a vetar a participação de seus atletas, já que não se trata de um evento em "data Fifa".
Há 50% de chances que a seleção argentina não envie um time para os Jogos Olímpicos. A AFA não se impõe, não toma decisões. É uma AFA muda - disse Werthein à "Rádio Mitre".
Werthein, na mesma entrevista, tentou amenizar a situação.
A Argentina definitivamente terá um time (nos Jogos), algo que não aconteceria se deixasse tudo nas mãos da AFA. O futebol é uma representação muito importante para o país, e é uma vergonha que hoje não possamos formar um time para competir no Rio - afirmou Werthein.
O torneio de futebol da Olimpíada começa no dia 3 de agosto. A estreia argentina está marcada para daqui a exatamente um mês, no dia 4, diante de Portugal, no Engenhão, no Rio de Janeiro.
Fonte:globoesporte
Dunga defende 'pressionado' Tardelli: 'Não é porque não faz gol que vai tirar'
Thales MenezesForam uma, duas, três chances desperdiçadas durante a partida.
Para piorar, ainda viu o seu substituto, Douglas Costa, entrar no fim e assegurar a vitória de 2 a 1 de virada do Brasil sobre o Peru. Nenhum atleta deixou o campo mais contestado que Diego Tardelli na estreia da seleção na Copa América, neste domingo, em Temuco, no Chile.
Dunga, no entanto, deu um voto de confiança ao seu camisa 9.
Em entrevista coletiva após o jogo, se negou a decretar a saída do atacante do time.
"Acabamos o jogo agora, vamos fazer uma análise com o departamento médico, ver o desgaste dos jogadores, quais apresentam melhores condições e depois decidir. Não é porque o jogador não faz gol que vai tirar ou porque faz que vai ser titular. É uma sequência", afirmou.
Tardelli concorre diretamente com Roberto Firmino.
A sensação do Hoffenheim marcou no último amistoso de preparação, na vitória de 1 a 0 sobre Honduras, em Porto Alegre.
Ainda assim, ele não saiu do banco de reservas neste fim de semana.
"Muito cedo para pensar em mudança. O que é importante é você ter um coletivo forte e o time se acertando. Se você não tem aquela retenção de bola, velocidade, você coloca esse jogador. Por isso, não trabalhamos com 11 jogadores, mas com todo grupo. Nessa Copa América, vamos usar muito mais as trocas, fim de temporada, desgaste", concluiu.
Com o resultado, o Brasil divide a liderança do grupo C com a Venezuela, que ganhou da lanterna Colômbia por 1 a 0 e também tem três pontos. Peru e Colômbia ficam com nada.
Os comanados de Dunga voltam a campo na próxima quarta-feira, contra a Colômbia, às 21h (de Brasília), no Estádio Nacional, em Santiago.
Fonte: ESPN Foto: