Série A

Série A (66)

Vice-líder do Campeonato Brasileiro, o Atlético-MG quer emplacar a terceira vitória seguida na competição.

 

Para isso, o clube alvinegro terá que superar o Coritiba, em jogo que será realizado nesta quarta-feira, às 21h (de Brasília), no Independência. Se derrotar o rival paranaense, os atleticanos podem assumir a liderança desde que o Sport não vença o Internacional. Do outro lado, o time alviverde precisa dos pontos para deixar a incômoda zona de rebaixamento.

Para encarar os paranaenses, o Atlético-MG poderá contar com o retorno do lateral direito Patric, que não enfrentou o Joinville por conta do excesso de cartões amarelos. Animado, o jogador entende que um triunfo no Horto será importante pela sequência de vitórias e para começar a se distanciar nos adversários.

 

"Está havendo um equilíbrio muito grande. O Sport vem mantendo uma regularidade, mas a diferença para a Ponte Preta, oitava colocada, é muito pequena, as equipes estão oscilando muito. Espero que a gente possa embalar e conseguir uma sequência de vitórias. Quem consegue um acúmulo de quatro ou cinco vitórias seguidas dá uma distanciada e acho importante para nós embalar nesse momento e buscar a liderança", declarou.

 

Na última rodada, o Atlético venceu o Joinville, mas a exibição alvinegra não agradou ao técnico Levir Culpi, o que poderia indicar mudanças na equipe. O treinador, no entanto, optará mesmo pela sequência, mantendo praticamente a mesma equipe. A única alteração é a volta de Patric, que ocupa o lugar que foi de Carlos César.

 

O clima melhorou no Alto da Glória com os últimos resultados, empate no clássico e vitória para cima do Cruzeiro, mas o time alviverde ainda está na zona de rebaixamento e precisa de uma sequência para embalar de vez. Para isso, o técnico Ney Franco deve mexer no time, aproveitando alguns retornos e suprindo alguns desfalques.

 

O atacante Wellington Paulista, os volantes João Paulo e Alan Santos, além do lateral Norberto estão novamente à disposição e todos têm chance de começar entre os titulares. Isso porque o volante Hélder, o meia Ruy e o atacante Kléber estão vetados pelo departamento médico. O Gladiador não tem nenhuma lesão, mas fará um trabalho de reforço físico para aguentar a maratona de jogo.

 

Lúcio Flávio, que foi titular atuando como segundo volante, devido à ausência de Rosinei, deve ficar no banco desta vez. A luta por posições ainda deve deixar algumas dúvidas na cabeça do treinador, já que Rafhael Lucas, decisivo diante do time celeste, voltou bem ao time, assim como Thiago Galhardo, este com uma atuação que o credencia a assumir um lugar entre os titulares.

 

FICHA TÉCNICA 

ATLÉTICO-MG X CORITIBA

 

Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG) 

Data: 1º de julho 2015, quarta-feira 

Horário: 21h (de Brasília) 

Árbitro: Bráulio da Silva Machado (SC)

Assistentes: Helton Nunes (SC) e Rosnei Hoffmann Scherer (SC)

 

ATLÉTICO-MG: Victor; Patric, Jemerson, Leonardo Silva e Douglas Santos; Rafael Carioca, Dátolo, Giovanni Augusto e Maicosuel; Thiago Ribeiro e Lucas Pratto 

Técnico: Levir Culpi

 

CORITIBA: Bruno; Norberto, Luccas Claro, Leandro Silva e Henrique; Fabricio (Alan Santos), João Paulo, Thiago Galhardo (Lúcio Flavio) e Esquerdinha; Marcos Aurélio e Wellington Paulista. 

Técnico: Ney Franco

 

 

 

 

Fonte: ESPN

Um jogo de alto risco. Assim pode ser considerado o duelo entre Joinville e Flamengo, que se enfrentam nesta quarta-feira, às 22h(de Brasília), na Arena Joinville, em confronto válido pela décima rodada do Campeonato Brasileiro.

 

O Rubro-Negro vem de duas derrotas consecutivas e aparece na zona de rebaixamento com sete pontos. A derrota por 1 a 0 para o rival Vasco foi mal assimilada, principalmente pelo péssimo comportamento do time, facilmente dominado. O trabalho do técnico Cristóvão Borges está sendo colocado em xeque, já que um novo tropeço transformará, de vez, a Gávea em um caldeirão.

 

O peso de um tropeço terá ainda mais força pelos lados do Flamengo por conta da realidade do Joinville no Campeonato Brasileiro. O time, que vem de derrota de 1 a 0 para o Atlético-MG, segura a lanterna com apenas quatro pontos conquistados.

 

"Neste momento nós precisamos ser homens e encarar a situação. Não adianta nada falar que precisamos melhorar, que vamos produzir mais dentro de campo se isso de fato não acontecer. O momento é de mostrarmos as nossas virtudes e não de ficarmos falando", disse o zagueiro Samir.

 

"O jogo contra o Joinville vai ser muito complicado, é na casa do adversário e o time deles quer pegar moral para deixar a zona de rebaixamento. Vamos precisar nos impor", completou.

FICHA TÉCNICA 

JOINVILLE X FLAMENGO

 

Local: Arena Joinville, em Joinville (SC) 

Data: 1º de julho de 2015 

Horário: 22h  

Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) 

Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Marcelo Bertanha Barison (RS)

 

JOINVILLE: Agenor, Mário Sérgio, Douglas Silva, Guti e Diego; Danrlei, Anselmo, Willian Popp e Marcelinho Paraíba; Niltinho (Lucas Crispim) e Kempes 

Técnico: Adílson Batista

 

FLAMENGO: César; Ayrton, Samir, Wallace e Jorge; Jonas, Canteros, Alan Patrick (Gabriel) e Everton; Marcelo Cirino e Emerson 

Técnico: Cristóvão Borges

 

 

 

Fonte: ESPN           Foto: GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO

As adversidades, no entanto, não são apenas emocionais. Além de ter perdido o próprio Osorio, expulso no domingo, o São Paulo não contará com o volante Hudson, suspenso, e com o zagueiro Dória, cujo contrato de empréstimo encerrou. Contundidos, o também defensor Rafael Toloi e o atacante Luis Fabiano provavelmente aumentarão a lista de desfalques.

As ausências ao menos abrirão espaço para Osorio testar dois pratas da casa. De volta ao São Paulo após o vice-campeonato mundial sub-20 na Nova Zelândia, o zagueiro Lucão e o meia Boschilia estão animados com a possibilidade de mostrar serviço ao colombiano em Curitiba.

Já o armador Paulo Henrique Ganso, em baixa técnica, corre o risco de ser vítima do rodízio no time titular. Para Lucão, aqueles que forem escalados deverão deixar de lado a sentida goleada para o Palmeiras. "Aconteceu. Todo o mundo está sujeito a isso no futebol. Mas o Campeonato Brasileiro não dá tempo para a gente ficar lamentando. Já temos um jogo novo, difícil, contra um bom time. Devemos pensar só no Atlético-PR", afirmou.

Só que o momento do Atlético-PR também mudou dentro da competição, e o sinal de alerta começou a piscar. Depois de um início arrasador, chegando à ponta da tabela, o time vem de três partidas sem vencer e deixou o G-4. Porém, se os números e a história dizem alguma coisa, o clube rubro-negro entrará em campo com vantagem: já são 33 anos, ou 21 jogos, sem perder para o adversário como mandante.

O técnico Milton Mendes, que começou a sentir a pressão da torcida com as críticas que vieram após os últimos resultados, em especial o empate em casa no clássico diante do Coritiba, minimizou a queda de rendimento e manterá a sua estratégia de trabalho. Ou seja, o Atlético-PR jogará no ataque, tentando tomar a iniciativa das ações dos jogos em casa.

Para a partida, o treinador atleticano contará com o retorno do zagueiro Kadu, que cumpriu suspensão automática na derrota para a Ponte Preta. No restante da equipe, a tendência é manter a formação com três atacantes, Ytalo e Walter de ofício, com Nikão e Marcos Guilherme se revezando no apoio.

Nikão, aliás, é o principal artilheiro rubro-negro no Brasileirão e acredita que mais uma vez o segredo será focar no trabalho e fazer a torcida jogar junto, empurrando a pressão para o adversário. "Trabalhando mais: só assim a gente voltará a vencer. E confio completamente no nosso time. Contamos com o apoio da nossa torcida. Tenho certeza de que ela comparecerá para nos apoiar", comentou.

FICHA TÉCNICA
ATLETICO-PR X SÃO PAULO

Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR) 
Data: 1º de julho de 2015, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília) 
Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO) 
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (Fifa-GO) e Eduardo Goncalves da Cruz (ASP-FIFA-MS)

ATLÉTICO-PR: Weverton; Eduardo, Gustavo, Kadu e Natanael; Otávio, Hernani e Marcos Guilherme; Ytalo, Nikão e Walter 
Técnico: Milton Mendes

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Bruno, Lucão, Edson Silva e Carlinhos; Souza, Thiago Mendes, Paulo Henrique Ganso e Boschilia; Michel Bastos e Alexandre Pato
Técnico: Milton Cruz

 

 

 

 

 

Fonte: ESPN

A segunda-feira teve em destaque três nomes considerados medalhões no mercado de treinadores. No início do dia, Oswaldo de Oliveira, que já havia treinado Corinthians, São Paulo e Santos, foi anunciado como novo comandante do Palmeiras. Nas últimas horas, foi a vez de o rival definir seu "novo velho" técnico. A "novela Tite" terminou com final feliz para o Timão.

O Internacional, outro interessado no gaúcho, teve uma definição: Abel Braga, segundo revelação do próprio, não fica no Beira Rio em 2015.

 Jogador inserido no mercado nacional que mais atraiu atenção da imprensa internacional após a conquista do bicampeonato brasileiro pelo Cruzeiro, o volante Lucas Silva teve seu sonho de defender o Real Madrid adiado novamente. A Raposa rejeitou a segunda proposta merengue pelo jovem. Também garoto e colega de posição de Lucas, Gabriel, um dos desejos celestes para 2015, tem caminho livre para assinar com o campeão. Desligou-se do Botafogo nesta terça-feira após recorrer à Justiça.

Notícias referentes a volantes nesta segunda-feira, não apenas em relação aos que interessam ao Cruzeiro, foram abundantes. Amaral, ex-Goiás, foi confirmado no Palmeiras. O Verdão, aliás, busca outro atleta no Esmeraldino para o setor. Trata-se de Thiago Mendes, mas há a concorrência do rival e vizinho São Paulo, com quem disputou recentemente Kardec e Wesley. Ainda no meio-campo, o ex-flamenguista Renato Abreu, após um ano sem clube, pode voltar aos gramados em 2015 com a camisa do Macaé.

 

O Flamengo, um dos grandes que menos se mexeu até então no mercado, teve dia de atualizações sobre alvos. Rodrigo Caetano confirmou interesse em Dudu, ex-Grêmio, enquanto o agente do paraguaio Lucas Barrios disse que o Rubro-Negro só não contará com os serviços de seu cliente caso uma proposta europeia apareça.

Foram seis anos de mandato. Dois títulos estaduais. Uma vaga na Libertadores. Ele contratou Seedorf. Revelou Dória, Gabriel e Vitinho. Tornou o Engenhão um estádio lucrativo. Como é possível que, ao deixar a cadeira de presidente do Botafogo, o dentista Maurício Assumpção saia tão rejeitado? Que ele sequer tenha tido coragem de, na reta final de seu mandato, assistir aos jogos do time no estádio? Que esteja sendo considerado o pior presidente da história por alguns torcedores?

       CAPÍTULO I

Dossiê Botafogo Mauricio Assumpção  (Foto: Editoria de Arte)Dossiê Botafogo

 

       CAPÍTULO II

Dossiê Botafogo Seedorf  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 16/12

 

      CAPÍTULO III

Dossiê Botafogo Libertadores PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 17/12

 

      CAPÍTULO IV

Dossiê Botafogo Gabriel  PB (Foto: Editoria de Arte)No ar: 18/12

 

 

A resposta está numa série de erros cometidos já em seu primeiro mandato – que se agravaram no segundo e explodiram em 2014. Mesmo pagando mais de R$ 100 milhões em dívidas de presidentes anteriores, Assumpção se perdeu. A tentativa de conquistar um título nacional e  cumprir as promessas de campanha – contratar um jogador de "fechar aeroporto" e construir CTs para a base e para o profissional – fez com que o Botafogo gastasse muito mais do que arrecadava. Assumpção deixou de pagar encargos salariais e recolher impostos. Perdeu a confiança da Receita Federal e do Tribunal Regional do Trabalho. Por fim, terminou sua gestão de forma clandestina, sem confiança nem de seus departamentos jurídico e financeiro.

A contratação de Seedorf, em julho de 2012, foi um marco em todos os sentidos. A torcida adorou, a mídia elogiou, mas nos bastidores ela sinalizava uma aposta. Como um clube que não pagava encargos e driblava dívidas podia fazer a maior contratação do futebol brasileiro? Assumpção apostava no Proforte, que não veio. Vieram as penhoras e o estrangulamento do clube agravado pelo descontrole financeiro na gestão do futebol. 

O GloboEsporte.com ouviu jogadores, dirigentes, empresários, treinadores e profissionais que passaram pelo clube nos últimos anos para entender a destruição alvinegra. E explicar como o clube que começou 2014 na Taça Libertadores chegou a dezembro rebaixado, com oito meses de salários atrasados e uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões.

1 – A primeira gestão

O clube que Maurício Assumpção recebeu em 2009 vivia sérios problemas. O elenco profissional tinha poucos jogadores sob contrato. A base, apesar do esforço de alguns profissionais, não tinha apoio algum. Ele assumiu como candidato único, mas rapidamente brigou com seus dois principais pilares políticos: o Movimento Carlito Rocha e o grupo que viria a se tornar o "Mais Botafogo".

Os primeiros se sentiram traídos na eleição, quando Maurício trocou a vice-presidência jurídica. O "Mais Botafogo" abandonou a gestão ainda no início, numa renúncia coletiva de vice-presidentes. A gestão se baseou num tripé de profissionais: Sérgio Landau (diretor executivo), Renato Blaute (diretor financeiro) e Anderson Barros (gerente de futebol profissional).

Os dois últimos responderiam aos vice-presidentes Cláudio Good (financeiro) e André Silva (futebol). Good saiu ainda em 2009, e o vice-geral Antonio Carlos Mantuano acumulou o cargo até que, em 2010, Marcelo Murad assumisse. Em 2011, Blaute brigou com Landau, e Murad deixou de ser vice financeiro para assumir como diretor. Mantuano ficaria como vice geral até 2012, quando brigaria com Maurício e passaria a ser oposição.

Dossiê Botafogo - mauricio Assumpção (Foto: André Durão)Mauricio Assumpção comemora eleição à presidência do Botafogo em 2008 (Foto: André Durão)

 

2 – Divisão entre base e profissional

As divisões de base seriam a joia da coroa da gestão Assumpção. Ao contrário de Bebeto de Freitas, que não ia a Marechal Hermes, o novo presidente frequentava jogos, dava palpites e até preleções. Sempre apoiado em seus dois homens de confiança: Bernardo Arantes e Sidnei Loureiro.

Bernardo, que antes trabalhava com o agente FIFA Pedro Cabral, ficou responsável por contratos e contatos. Sidnei chegou como coordenador técnico, ganhando R$ 28 mil. Acima dele havia o diretor Marcelo Calumby, o gerente Humberto Redes e seu auxiliar, Coronel Ronaldo. Em três meses, Redes e Ronaldo foram ejetados.

– Nós chegamos com muito gás, e eles não estavam no mesmo pique – disse Sidnei Loureiro, anos depois.

Ainda em 2009, Calumby resolveu ir embora quando contestou uma viagem da base para a Holanda, bancada por empresários em troca de percentual de jogadores. A viagem havia sido autorizada por Maurício. Calumby percebeu que não mandava nada e saiu, deixando a base sem diretor.

Maurício Assumpção e Sidnei Loureiro Botafogo (Foto: Thales soares)Coordenador técnico, Sidnei Loureiro conversa com Mauricio Assumpção (Foto: GloboEsporte.com)

 

3 – Prospecção

Bernardo Arantes começou a fazer trabalhos de prospecção de contratos de base em litígio. Com isso, trouxe Daniel (do Cruzeiro) e Dankler (do Vitória). Graças às parcerias, o Botafogo pegou vários bons jogadores. Gabriel veio do Paulínia-SP, e Vitinho, do Audax. Em virtude dos contatos de Anderson, Jádson e Gilberto chegaram via MFD quando o CFZ foi desativado. E Caio estava no Volta Redonda.

O lado ruim: o percentual do clube em boa parte dos jogadores da base era em média de 50%. Dória, revelado no clube, tinha 40% de seus direitos vinculados ao Niterói Futebol Clube, de seu empresário Jolden Vergette. Caio, por conta de dívidas com seu empresário Reinaldo Pitta, tinha apenas 8% dos direitos vinculados ao clube.

Com investimento, a base do Botafogo melhorou tecnicamente. O time foi campeão de juniores em 2011 usando vários jogadores que tinham ficado da gestão anterior, como Cidinho, Renan Lemos e Lucas Zen. E ganhou novamente o título em 2014.

Dossiê Botafogo - Caio (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Oriundo do Volta Redonda, Caio era apenas 8% do Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

 

4 – Campanhas irregulares

Em 2009, o Botafogo construiu um time às pressas, trazendo Maicosuel, Reinaldo e Victor Simões para uma estrutura ainda precária. A gestão Assumpção encontrou um elenco destroçado, com apenas quatro jogadores com contrato profissional. Com um time muito limitado sob comando de Ney Franco, o Botafogo ganhou a Taça Guanabara e foi à final do estadual. Perdeu para o Flamengo nos pênaltis, depois que Maicosuel e Reinaldo se lesionaram no primeiro jogo da decisão. No Brasileirão, brigou no sufoco para se salvar do rebaixamento na última rodada, e duas contratações tiveram papel fundamental: o goleiro Jefferson e o atacante Jobson.

Veio 2010, e o clube trouxe dois atacantes estrangeiros: o argentino Herrera e o uruguaio Loco Abreu. Loco estreou contra o Vasco, no Engenhão, onde o Alvinegro acabou goleado por 6 a 0. O ex-presidente Carlos Augusto Montenegro e o ex-vice de futebol Ricardo Rotemberg (que tinha contratado Zárate e Castillo) abriram fogo contra Anderson Barros e Maurício Assumpção pela primeira vez, reclamando que Dodô era ídolo alvinegro e tinha feito três gols pelo Vasco. E detonando o camisa 13.

– O Loco Abreu ganha o dobro que o Dodô. O time não teve vergonha. Estamos entregues – bateu Montenegro.

Dois meses depois, o Botafogo ganhou a Taça Guanabara em cima do mesmo Vasco, com um gol de Loco. E depois faturou o estadual em cima do Flamengo com a célebre cavadinha do camisa 13. O uruguaio virou um ídolo muito acima de Dodô, que deixou o Vasco para jogar em times de menor prestígio.

Dossiê Botafogo - Loco Abreu e Zagallo (Foto: Alexandre Durão)Ao lado de Zagallo, Loco Abreu é apresentado no Botafogo, em General Severiano (Foto: Alexandre Durão)

 

5 – Marketing a mil

Fora de campo, o Botafogo desenvolvia várias ações de marketing. O diretor Marcelo Guimarães lançava camisas alusivas a craques do passado, fazia homenagens e eventos que chamavam a atenção de outro clubes. Não era uma gestão voltada para arrecadar, mas sim para divulgar a marca do clube. Guimarães contratou o irmão de Maurício Assumpção, Marcelo, para ser repórter da "Botafogo Experience" e do programa Incêndio, que o clube publicava em seu canal no You Tube. No Facebook, os dois trocavam elogios.

marcelo (Foto: facebook)Marcelo Guimarães ao lado do ex-zagueiro Gonçalves. Elogios do irmão de Mauricio Assumpção (Foto: Facebook)

 

6 – A queda de André

Em 2010, o Botafogo de Joel Santana ia bem no Brasileiro até perder quatro jogadores por lesão  (Fábio Ferreira, Marcelo Mattos, Maicosuel e Herrera). Acabou vendo a vaga na Libertadores virar fumaça na última rodada, com uma derrota para o Grêmio no Olímpico. No ano seguinte, o time treinado por Caio Junior sofreu um apagão quando ameaçava entrar na briga pelo título.

As performances reacenderam a fogueira sob o departamento de futebol. Os conselheiros culpavam a "falta de cobrança" do time. Assumpção resolveu limar seu vice de futebol, André Silva, conhecido pela gentileza com que tratava jogadores e funcionários. Anderson Barros ficou sozinho no futebol, no papel de gerente, diretor e arrecadador de recursos. No fim do ano, ele contratou Oswaldo de Oliveira para ser o treinador em 2012.

vice-presidente de futebol Andre Silva - Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)André Silva, vice de futebol demitido após mais um insucesso do time (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)

 

7 – Seedorf chega, Loco sai

O Botafogo perdeu a decisão do estadual para o Fluminense e começou instável o Brasileirão. Herrera saiu na janela do meio do ano e não teve reposição. Lucas, lateral-direito promissor, foi expulso na final do Carioca e na partida de volta contra o Vitória pela Copa do Brasil, contribuindo para as duas derrotas. As críticas cresceram fora de campo – Oswaldo havia barrado Loco Abreu –, e os salários atrasavam.

Em julho, chegou Seedorf, que causou um cataclisma no grupo. O holandês não admitia certas práticas e opinava em tudo, da logística até a nutrição dos atletas. Quis mudar até o hino do clube. Viu os cartazes de atletas antigos no Engenhão e falou.

– Tem que botar os atletas do presente. Cadê o Jefferson, por exemplo?

Dossiê Botafogo - Seedorf (Foto: Fernando Soutello / Agif)Seedorf, a "contratação de fechar o aeroporto" de Mauricio Assumpção (Foto: Fernando Soutello / Agif)

 

8 – Anderson Barros na berlinda

O time sentiu as mudanças. O elenco se dividiu com a presença imperial de Seedorf. Oswaldo soube aos poucos contornar as tensões, mas em campo era necessário reconstruir. O treinador ainda tentava encaixar Fellype Gabriel e o uruguaio Lodeiro em seu esquema, e tinha indicado Rafael Marques, que vira jogar no Japão, para o ataque.

O nome do atacante foi aprovado pelo Comitê de Futebol, mas a operação era muito cara – cerca de R$ 290 mil mensais – e pôs Anderson Barros na berlinda de vez. Com o time fora da briga pela Libertadores, as críticas explodiram. Os homens próximos de Assumpção diziam que faltava cobrança no profissional.

– Eles batiam nisso, mas não era verdade. Havia cobrança e um ambiente positivo, só que ninguém que era de fora via – diz um ex-funcionário do clube.

Muito próximo de Assumpção, Sidnei Loureiro batia com firmeza. Dizia que na base tudo funcionava e atacava também nas escolhas de reforços. Rafael Marques era o principal alvo. O gerente da base comentava nos bastidores que o atacante era "a pior contratação do Botafogo em todos os tempos." A tese encontrava eco na imprensa, na torcida – que vaiava Rafael – e nos cardeais. Assim como fizera criticando a contratação de Loco Abreu, Montenegro abriu fogo contra o gerente.

– Rafael Marques tem o mesmo número de gols de um zagueiro: zero. O Anderson Barros é remunerado para errar desse jeito?

Rafael Marques, Botafogo, Apresentação (Foto: Marcos Tristão / Agência o Globo)Rafael Marques, em sua apresentação. Atacante foi motivo de discórdias (Foto: Marcos Tristão / Agência o Globo)

 

9 - O custo Seedorf

A fritura de Anderson foi um pouco ofuscada pela chegada de Clarence Seedorf, a "contratação de fechar aeroporto" com a qual Assumpção sempre sonhou. O holandês desembarcou no Galeão diante de uma torcida extasiada. Nos bastidores, porém, havia preocupação. O Botafogo tinha um Comitê de Futebol que discutia as contratações. Dele participavam o gestor do futebol, Anderson Barros; o diretor-executivo do clube, Sérgio Landau; o vice-presidente financeiro, Marcelo Murad; o vice de futebol, André Silva; o vice-geral, Paulo Mendes; e ocasionalmente outros dirigentes. O presidente Maurício Assumpção não era membro "para não influenciar o trabalho do comitê".

Desde 2010, Assumpção sonhava com o craque. Os números, porém, não batiam. Em junho de 2012, uma reunião do comitê bateu o martelo: o clube não teria como pagar a Operação Seedorf. Numa votação houve unanimidade: todos os membros foram contra a contratação. No dia seguinte, Landau solicitou novo encontro e levou a mensagem de que "o presidente entendia a contratação como importantíssima para resgatar a autoestima da torcida". Assumpção pedia que o comitê reconsiderasse a decisão e afirmava também que "ele, Maurício, seria responsável por levantar recursos para pagamento dos altos salários do holandês".

– Então para que servia o comitê? Maurício decidiu sozinho – disse um dirigente que fez parte das reuniões.

Seedorf chegou em julho de 2012 e ficou no Botafogo até janeiro de 2014. No total, foram 17 meses ao custo de R$ 18 milhões – mais de R$ 1 milhão por mês. O clube teve ganhos de imagem e de receita, como o aumento do sócio-torcedor de oito mil para 18 mil pessoas (depois caiu novamente), mas a despesa foi bem maior que a entrada de recursos. Já na chegada houve custo por conta da recepção com direito a helicóptero e hospedagem no Hotel Fasano. E o Botafogo não conseguiu tirar proveito financeiro de Seedorf. O clube sequer fechou um contrato para explorar sua imagem e alguns negócios trazidos pelo holandês não prosperaram.

Dossiê Botafogo - Seedorf e mauricio Assumpção (Foto: Fernando Soutello / Agif)Seedorf e Mauricio Assumpção: chegada do craque holandês foi luxuosa (Foto: Fernando Soutello / Agif)

 

10 – A pedra fundamental

As melhorias na base viraram o cartão de visitas de Maurício Assumpção. Com parcerias e investimentos em pessoal, o time melhorou sua performance e a captação de atletas. A estrutura, porém, continuava muito ruim. O sonhado Centro de Treinamento era uma promessa de campanha de Maurício. Em agosto de 2012, o presidente resolveu lançá-lo e promoveu um evento em Marechal Hermes ao lado de toda sua diretoria para lançar a pedra fundamental do CT, com direito a uma bela maquete.

Um mês depois, em setembro de 2012, Sidnei Loureiro esteve na UFRJ, onde deu palestra sobre a "revolução na base alvinegra". Com uma apresentação em Power Point, falou do futuro brilhante, das revelações e apresentou o plano do futuro CT de Marechal Hermes com diversos diagramas. Havia um problema, no entanto: a maquete e os diagramas não cabiam no terreno do clube. O projeto na maquete previa 55 mil metros quadrados e avançava sobre um terreno do Exército. Em reportagem de Vicente Seda, o GloboEsporte.com mostrou que o terreno do clube era consideravelmente menor: 19,5 mil metros quadrados.

Marechal Hermes Botafogo (Foto: Divulgação)Projeto do CT para as categorias de base em General Severiano (Foto: Divulgação)

 

Perguntado sobre por que mostrara um projeto maior do que o terreno, Loureiro disse que seriam campos menores apenas para treino e que esperava a cessão do resto do terreno pelo Exército. Assumpção, por sua vez, prometeu no lançamento que o CT estaria pronto até o fim de 2013. O clube resolveu demolir mesmo sem ter um projeto aprovado ou com recursos viabilizados. O presidente acreditava que, uma vez demolido, convenceria investidores a pagar a construção. Mas sua credibilidade já estava em queda. Resultado: o Botafogo derrubou o pouco que tinha e nada construiu. Hoje, Marechal Hermes encontra-se com obras inacabadas e sem uso.

General Severiano_Marechal Hermes Botafogo (Foto: Diego Rodrigues)Vestiário em Marechal Hermes: obras começaram, mas foram interrompidas (Foto: GloboEsporte.com)

 

11 – A última cartada

As pancadas de Carlos Augusto Montenegro surtiram efeito. O desgaste de Anderson Barros com a torcida era grande. Os torcedores reclamavam que o time ficava no quase, e o gerente de futebol era apontado como o responsável pelos constantes fracassos do time em competições nacionais. Não havia mais André Silva como escudo, e Sidnei Loureiro tinha a confiança plena do presidente. A cama estava feita para a mudança. Em setembro de 2012,  Anderson encontrou no Engenhão faixas de uma torcida organizada pedindo a sua saída e a de Oswaldo.

– Ele sabia que aquilo não era por acaso, que alguém tinha deixado isso chegar ali – disse um assessor.

Anderson tinha conhecimento de que sua situação não era fácil, só que ele ainda contava com alguma simpatia de Assumpção. O presidente sabia que o gerente de futebol não apenas tinha estruturado o departamento, mas que também buscava recursos para pagar salários criando cestas de atletas ou até conseguindo empréstimos com seus contatos no mercado. Mas mesmo isso era alvo das críticas internas, com toda sorte de suspeitas sendo levantadas para alvejá-lo. Os fracassos consecutivos na Copa do Brasil não ajudavam. Com o Brasileiro de 2012 indo para o espaço, entre agosto e setembro Anderson engendrou uma última cartada. Convidou Loureiro para ser seu auxiliar no profissional. E avisou a Assumpção.

– Presidente, ele ainda não está pronto. Precisa ser preparado.

Sidnei, porém, tinha pressa. Não queria ser apenas mais um. Chegou no profissional sem meias palavras e fazendo exigências.

– Ele chegou tocando o terror na comissão técnica – disse um ex-funcionário do clube.

  Sergio Landau, diretor executivo, Anderson Barros, gerente de futebol, e Chico Fonseca, vice de futebol (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Anderson Barros entre o diretor executivo Sérgio Landau (esq) e o vice de futebol Chico Fonseca (Foto: Globoesporte.com)

 

Anderson tentou administrar, mas ficou revoltado ao descobrir que Sidnei tinha levado ao presidente, sem passar por ele, uma apresentação feita pelo preparador de goleiros da base, Christiano Fonseca, que dizia que "Jefferson não sabia sair do gol". Era uma crítica clara ao trabalho do preparador Flavio Tenius.

– O Flavio Tenius tem duas Libertadores. Quem é Christiano Fonseca pra falar alguma coisa? – perguntou um membro da comissão.

Sidnei ficou sem clima no profissional. Voltou para a base alegando que iria tocar o projeto dos mil gols de Túlio, mas na verdade já começava a planejar como o futebol ficaria em 2013.

– Os dois erraram. Sidnei chegou querendo mandar, o Anderson não soube compor, e o Maurício se omitiu em vez de aparar as arestas – diz um ex-membro da comissão técnica.

Em novembro, Chico Fonseca – empossado como novo vice-presidente de futebol – avisou a Anderson que ele não ficaria em 2013.

12 – Túlio 1.000

Ainda em 2012, o Botafogo criou um projeto de marketing para tentar faturar com os 1.000 gols de Túlio. Relevando a contabilidade criativa do atacante, o clube tentou marcar uma série de amistosos para que o veterano jogador fizesse sete gols e chegasse ao almejado sonho. A ideia era que o milésimo pudesse ocorrer num jogo do profissional inclusive – algo que Oswaldo de Oliveira não cogitava de modo algum.

O projeto fracassou de forma retumbante, em meio à discórdia entre o então diretor de marketing Marcelo Guimarães e o presidente Maurício Assumpção. Resultado: Túlio foi fazer o milésimo por outro clube e entrou na Justiça contra o clube alegando vínculo empregatício e pedindo reparação por danos morais. Já ganhou em primeira instância.

Dossiê Botafogo - Tulio Maravilha (Foto: André Durão)Tulio Maravilha na apresentação do seu projeto dos 1.00 gols (Foto: André Durão)

 

13 – Fim da era AB

A briga com Sidnei Loureiro tinha selado o destino de Anderson Barros. Ele deixou o Botafogo em dezembro de 2012, acertando antes as vendas de Elkeson e Maicosuel. Não se despediu nem recebeu nenhuma palavra do presidente Maurício Assumpção. Criticado pelas campanhas de 2011 e 2012 e pela contratação de Rafael Marques, Barros pagou a conta de campanhas que geravam expectativas, mas não conquistas nacionais. E de erros como John Lennon, Jean Coral e Vinícius Colombiano.

A torcida esquecia, porém, de seus acertos: Jefferson, Jobson, Loco Abreu, Antonio Carlos, Herrera, Elkeson, Maicosuel, Andrezinho, Lucas, Marcelo Mattos, Renato, Fellype Gabriel, Lodeiro, entre outros. Não via que ele havia estruturado o departamento de futebol profissional e tinha a confiança dos atletas e de agentes do mercado. Com o 12º orçamento entre os clubes da Série A e atolado em dívidas, o Botafogo tinha montado bons times. E feito bons negócios, como as vendas de Cortês para o São Paulo (R$ 6 milhões – foi comprado um ano antes por R$ 1 milhão), Elkeson (6,5 milhões de euros para a China), Renato Cajá (1 milhão de euros também para a China) e Márcio Azevedo (2,5 milhões de euros para a Rússia). 

Depois de sua saída, o clube vendeu apenas jogadores feitos em casa: as revelações Jádson, Vitinho e Dória. A última contratação de Anderson Barros antes de deixar o clube foi o zagueiro André Bahia.

anderson barros fabio ferreira seedorf botafogo treino (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Anderson Barros conversa Seedorf. Holandês foi contrário à saída do dirigente (Foto: Globoesporte.com)

 

14 – A bronca de Chico

Em novembro de 2012, Chico Fonseca, futuro vice de futebol, informou a Anderson Barros sua saída no fim do ano. Uma comissão de atletas, Seedorf à frente, tentou conversar com Maurício Assumpção pedindo a permanência de Barros. Chico Fonseca ficou irritado. Sem experiência com jogadores profissionais, ele resolveu ir para cima. Em dezembro de 2012, após um treino, ele reuniu os atletas na sala de imprensa do Engenhão, na frente de toda a comissão técnica. E falou grosso. Disse que Anderson estava indo embora, que era só um funcionário e que eles, jogadores, também eram funcionários e deviam cumprir ordens. Começou manso, mas acabou subindo o tom. Foi interrompido por Seedorf.

– Abaixa a voz. Não estou gostando do seu tom. Se você falou, também vai ouvir.

Uma pequena discussão se seguiu. Irritado, Chico simplesmente abandonou a reunião. Temendo um impacto negativo no grupo, ele telefonou para Anderson Barros, que já tinha deixado o estádio.

– Fiz merda. Dá para você corrigir?

chico fonseca bolivar botafogo apresentação (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)Chico Fonseca junto a Bolívar. Dirigente perdeu comando logo na chegada (Foto: Thales Soares / Globoesporte.com)

 

Anderson voltou ao estádio, reuniu os atletas e contemporizou.  E Seedorf ganhou pontos com os outros jogadores.

Rogério CeniKaká retornou ao Morumbi na noite deste domingo. A torcida são-paulina fez muita festa para o ídolo, mas quem realmente brilhou foi Alexandre Pato.

DAlessandro

 

"Não era para eu estar aqui, era para estar o Jardine."

Atlético-MG joga pela Libertadores

 

A situação do Palmeiras no Campeonato Brasileiro é cada vez mais preocupante para o seu torcedor.

Vanderlei Luxemburgo avisara durante a semana que não teria vergonha de jogar feio para levar o Flamengo à vitória sobre o Sport, no Maracanã. Não teve mesmo, e deu certo, graças à cabeçada de Eduardo da Silva aos 39 minutos do segundo tempo, que selou a vitória por 1 a 0.

Williams em treino  Internacional

 

No coletivo da manhã desta terça-feira, Abel Braga já tinha seu time definido para a reestreia no Brasileiro, mas terá de pensar um pouco mais. O volante Williams saiu da atividade mais cedo, acompanhado do médico do clube.

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